Agenda da semana: pesquisadora chilena faz palestra sobre mulheres e relações de cuidado no IMS/UERJ
Palestra com Marjorie Murray está programada para quarta-feira (21), a partir das 9h30; não haverá transmissão online
Na próxima quarta-feira (21), de 9h30 às 12h30, acontece a palestra “Cuidados em dissolução: mulheres deslocadas e os rostos do Estado”, ministrada pela pesquisadora Marjorie Murray (UC- Chile). Murray está no IMS/UERJ, como pesquisadora visitante, através do programa Capes-Print Uerj.
A palestra, organizada pelas pesquisadoras Rede Transnacional de pesquisas sobre maternidades destituídas, violadas e violentadas (REMA), Laura Lowenkron (CLAM/IMS/UERJ) e Marina Nucci (CLAM/IMS/UERJ), faz parte das atividades da disciplina eletiva “Maternidades, família e governança reprodutiva”, coordenada por ambas as professoras.
Confira o resumo da palestra:
Durante décadas, as políticas sociais de reprodução no Chile basearam-se numa abordagem maternalista sustentada no lugar central que as mulheres ocupam na organização da vida familiar. Esta abordagem reforçou a importância de um ethos materno que de alguma forma prevalece na autocompreensão e na práxis das mulheres.
As mulheres têm sido fundamentalmente tratadas como mães, mediadoras, prestadoras e colaboradoras no cuidado de outras pessoas, embora raramente vistas como receptoras de cuidados. Ao mesmo tempo, são tratados como sujeitos deficientes, infantilizados e submetidos a uma lógica de controle que, muitas vezes, é resistida.
Paralelamente, trabalhos sociológicos e antropológicos recentes no Chile mostram que os cidadãos em geral, e as mulheres em particular, são impelidos a “suportar-se sozinhas”, uma vez que as instituições muitas vezes se apresentam como desafios ou espaços de disputa, enquanto enfrentam a necessidade de serem responsáveis por os mais diversos aspectos de suas vidas e da reprodução além deles.
Num contexto em que se espera que as mulheres – particularmente as que são mães – cumpram uma série de responsabilidades para com os outros, confrontando o ataque da(s) violência(s) estrutural(is) quotidiana(s), a questão de como as mulheres que são mães e que vivem com problemas de saúde mental persistentes questões que limitam o seu eu de cuidado é relevante.
Nesta apresentação focamos nas experiências de duas mulheres que são mães de crianças pequenas e que foram deixadas à margem da rede de cuidados das próprias mães e separadas dos filhos. Ao aprofundar-me nas suas experiências abordo a atualização de uma ética da dissolução (Pinto 2014), pela qual fios de cuidado precários, emergentes e disseminados suavizam as dificuldades que enfrentam, de forma irregular.
Ao mesmo tempo, interrogamos os tipos de relações que eles desenvolvem real e potencialmente com um Estado que luta para interagir com eles para além dos papéis estereotipados.
O evento, aberto ao público, não exige inscrição prévia. Não haverá transmissão online.
Local: Auditório do IMS/UERJ, 6º ANDAR, bloco E, sala 6012.
*Com informações do site do CLAM/UERJ.
Imagem de capa: Reprodução
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