Coluna da REMA: novo artigo no Brasil de Fato relaciona mortalidade materna com violência e racismo obstétricos
A coluna da REMA no Brasil de Fato é um espaço abastecido mensalmente com textos das pesquisadoras da rede
O artigo do mês da coluna da Rede Transnacional de pesquisas sobre Maternidades destituídas, violadas e violentadas (REMA) no jornal Brasil de Fato trata sobre a relação entre a mortalidade materna com a violência e o racismo obstétricos no Brasil. O texto é assinado pelas pesquisadoras Débora Allebradt, Raquel Lustosa e Stephania Klujsza.
De acordo com estudos realizados pelas autoras do texto, que tem como título “’Um erro assim foi fatal, né?’: Morte materna evitável, racismo e violência obstétrica no Brasil”, a morte materna não é apenas uma estatística.
No artigo, elas destacam que a morte materna é a “ponta do iceberg”. “Um evento muito mais comum e que não leva à morte materna, mas que pode causar danos, às vezes permanentes, e prejuízos, é o near miss materno que, traduzido para o português, significa ‘quase erro’ ou ‘quase falha’. Segundo a OMS, o near miss materno é caracterizado como ‘uma mulher que quase morreu, mas sobreviveu à complicação que ocorreu durante a gravidez, parto ou até 42 dias após o fim da gestação’ e vem sendo considerado mundialmente como indicador importante para combater a mortalidade materna”, explicam em trecho do texto.
Além disso, argumentam que as mulheres negras são as mais afetadas com os efeitos da violência obstétrica, tendo em vista que são elas que recebem um pré-natal inadequado – com menos número de exames e consultas; as que mais peregrinam para parir; as que têm menos acesso à analgesia e a intervenções necessárias como a cirurgia cesariana quando há necessidade.
Imagem de capa: Agência Brasil
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