No mês das pessoas privadas de liberdade, novo texto da coluna da REMA trata sobre mães que visitam o cárcere
A coluna da REMA no jornal Brasil de Fato é um espaço abastecido com artigos das pesquisadoras da rede
No mês de agosto, que tem data reservada no calendário brasileiro para lembrar das pessoas privadas de liberdade, a coluna da Rede Transnacional de pesquisas sobre Maternidades destituídas, violadas e violentadas (REMA) no Brasil de Fato, que é mensal, foi especialmente abastecida com dois artigos.
O primeiro artigo, publicado no início do mês, trata sobre as mulheres mães em situação de privação de liberdade, de autoria das pesquisadoras Letícia Gil, Letícia Sales e Milena Novais. Já o segundo texto intitulado “A saga das mães de pessoas privadas de liberdade no Brasil” se dedica a abordar o tema das mães de pessoas encarceradas e é assinado por Marilha Gabriela Garau, Isabella Mesquita Martins, Kellyn Gaiki Menegat e Rebeca de Souza Vieira.
As autoras destacam no artigo que no Rio de Janeiro cerca de 86% das pessoas que visitam presídios são mulheres e aproximadamente 30% delas são mães das pessoas privadas de liberdade.
Ao longo do texto, argumentam ainda que as mães de pessoas privadas de liberdade enfrentam suspeição constante por parte das instituições e de seus atores, exclusivamente por seus filhos estarem encarcerados.
“Segundo relatos, o ato de visitar produz uma espécie de suspensão temporária de direitos, autorizando, inclusive, tratamento degradante, desconsideração de direitos e, em alguns contextos, manutenção da prática da revista íntima, ainda que constitucionalmente vedada”, diz trecho do artigo.
As autoras também ratificam que essas mulheres têm as maternidades violentadas de diversas formas, “seja pela ausência forçada de seus filhos, pela ciência da situação à qual eles estão submetidos no interior das prisões e, mais diretamente, pela forma como o contexto prisional se impõe sobre elas”.
Imagem de capa: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
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