Pesquisadora da REMA, Rosa Carneiro concede entrevista ao Brasil de Fato
Na última semana, a pesquisadora e antropóloga Rosa Carneiro, que integra a Rede Transnacional de pesquisas sobre Maternidades destituídas, violadas e violentadas (REMA), concedeu uma entrevista ao jornal Brasil de Fato. Nela, a pesquisadora conta como a divisão sexual do trabalho de cuidado afeta a qualidade do tempo que as pesquisadoras têm para se dedicar à produção acadêmica.
A entrevista teve como gancho a repercussão em torno da divulgação do resultado do edital de Produtividade de Pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em meados de dezembro do ano passado, que trouxe para o debate público a desigualdade de gênero no trabalho acadêmico.
Ao justificar a negativa a uma proposta apresentada pela pesquisadora e professora da Universidade Federal do ABC (UFABC), Maria Caramez Carlotto, o órgão afirmou que “as gestações [provavelmente] atrapalharam essas iniciativas [pós-doutorado no exterior], o que poderá ser compensado no futuro”.
Segundo Rosa diz em um dos trechos da entrevista, é preciso quebrar o silêncio da maternidade no ambiente acadêmico.
“Nunca a condição de que aquela mulher seja mãe é considerada. Então se exige a todo tempo uma igualdade. A igualdade da produção, a igualdade da ocupação de cargos, a igualdade na representação, mas é impossível. Ao mesmo tempo existe um silêncio como se as mulheres não pudessem trazer para a vida universitária essa dimensão da vida”, afirmou.
A entrevista completa que tem como título “‘Existe um silêncio sobre a maternidade na carreira acadêmica’, avalia antropóloga” pode ser lida no site do Brasil de Fato.
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