Pesquisadoras da REMA publicam dois artigos no Le Mondè Diplomatique Brasil
Textos publicados nas últimas semanas tratam de questões em torno do direito às maternidades
Nas últimas semanas, pesquisadoras da Rede Transnacional de pesquisas sobre Maternidades destituídas, violadas e violentadas (REMA) publicaram dois artigos no jornal Le Mondè Diplomatique Brasil, tratando de questões em torno do direito às maternidades.
O primeiro deles, publicado em 16 de maio, tem como título “No mês das mães, quem tem direito a celebrar?” e é assinado por Janaína Teresa Gentili Ferreira de Araújo, Thiago da Silva Santana e Ueslei Solaterrar. No texto, os autores problematizam reflexões sobre as maternidades de mulheres negras.
“Nossa sociedade foi forjada na desumanização de pessoas negras as tornando como bens de serviço e consumo a partir da exploração de seu corpo, seja para usurpar conhecimento, seja para exploração no âmbito laboral e até sexual. A formação da América Latina, ou Améfrica Ladina, nos termos da Lélia Gonzalez, foi ancorada num sistema de classificação das pessoas a partir de sua raça e gênero, diferente dos países que adotaram o sistema do apartheid“, dizem em trecho do texto.
O segundo artigo, publicado em 13 de junho, tem como título “Como a literatura reescreve experiências e violações de mães e crianças” e é assinado por Natália Fazzioni, Natália Lago e Roberto Efrem Filho. No texto, os autores têm como objetivo tratar sobre as maternidades marginalizadas a partir de textos e livros literários que abordam a questão de quem tem ou não o direito à maternar.
“É que a literatura – como o conto de Machado – oportuniza múltiplas experiências de maternidade. Permite a fabulação de outras maternidades possíveis. Enseja a compreensão das particularidades e desigualdades que formam maternidades ameaçadas, impossíveis ou, como no caso de Arminda, impossibilitadas, interrompidas. Ao estimular a imaginação, a literatura ficcional alcança desde maternidades precarizadas até aquelas que se mobilizam contra a precarização, a ameaça e a interrupção. No limite, o esforço ficcional da literatura desnaturaliza a maternidade. Com isso, retroalimenta os campos feministas de produção de conhecimento e põe em xeque qualquer presunção moral sobre a pretensa universalidade do que é ser mãe”, afirmam.
Os textos completos estão disponíveis no site do Le Mondè para a leitura. Acesse, leia e compartilhe.
Imagem de capa: Divulgação
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