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Mães “na medida”: meninas, maternidades e uma unidade de internação.

BEZERRA, Natália Almeida. Mães “na medida”: meninas, maternidades e uma unidade de internação. Tese a ser apresentada ao Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, Universidade de Brasília. [tese em finalização]

Resumo: Resultado de uma pesquisa etnográfica realizada na primeira Unidade de Internação exclusiva para adolescentes femininas no Distrito Federal, a pesquisa visa compartilhar o percurso de uma medida socioeducativa de internação conjugada com uma maternidade. Esta investigação possibilitou compreender como a maternidade tem sido vista/percebida/manejada pelas ações político-institucionais do sistema socioeducativo distrital. Ressalta-se que a rede de envolvimento com as maternidades encontradas neste trabalho é predominantemente feminina – juízas, funcionárias do “sistema”, colegas de quarto, avós dessas crianças e as próprias “meninas mães”, as quais protagonizam a transversalidade da vida social do cuidado e da reprodução de desigualdades, afinal, colhem seus efeitos para além do processo institucional. 

Pesquisadoras envolvidas: Lia Zanotta Machado; Rosamaria Giatti. (orientadoras)

Modalidade: Doutorado 

Instituição: UnB

Ano de conclusão: 2024

Essa família não vai dar conta desse bebê?: uma etnografia dos processos e efeitos do “abrigamento compulsório” em Belo Horizonte (MG)

Resumo: A partir de uma série de mobilizações, embates e denúncias envolvendo violações de direitos sexuais e reprodutivos de gestantes e puérperas em “vulnerabilidade e risco pessoal e social” – isto é em sofrimento mental, pobres e/ou que fazem uso de substâncias psicoativas – , ocorridos nos últimos anos em Belo Horizonte. A gestão socioassistencial e em saúde dessa população se tornou foco no âmbito das políticas públicas e do judiciário mineiro. Tal fenômeno foi chamado de “abrigamento compulsório” de bebês de mães “em situação de vulnerabilidade” e é foco da minha pesquisa de doutorado. O objetivo é analisar seus efeitos, sobretudo na consolidação de um fluxo de atendimento através de uma “rede” de serviços e equipamentos públicos (desde a maternidade até os abrigos). Dessa maneira, o campo etnográfico se volta para as distintas e conflitivas noções de infância(s), família(s), maternidade(s) e paternidade(s) forjadas nos embates entre instituições do poder judiciário, executivo e da sociedade civil. Por fim, a metodologia de pesquisa a ser utilizada baseia-se no método qualitativo de cunho etnográfico, compreendendo o trabalho de campo com base em: observação do cotidiano de abrigos e a realização de entrevistas semiestruturadas com gestoras/res, trabalhadoras/res, pesquisadoras/res e ativistas. É importante salientar, ainda, que a tese é analisada, sobretudo, a partir do campo dos estudos de gênero, antropologia das práticas estatais de administração e da etnografia de documentos.

Pesquisadoras envolvidas: Ariana Oliveira Alves, Natália Corazza Padovani (Orientadora) 

Modalidade: Doutorado

Instituição: Unicamp

Descolonizar e denegrir a luta antimanicomial. Um etnografia sobre o cuidado em saúde mental em um município da Baixada Fluminense na pandemia de COVID-19

SOLATERRAR, U. MATERNIDADE, RAÇA E LOUCURA:(des)caminhos, violações e vicissitudes no exercício da maternidade (Cap. 04). Disponível in: Descolonizar e denegrir a luta antimanicomial. Um etnografia sobre o cuidado em saúde mental em um município da Baixada Fluminense na pandemia de COVID-19. Tese a ser apresentada ao Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva, Instituto de Medicina Social, UERJ [tese em finalização].

Resumo: Este projeto tem como objetivo investigar como tem se dado o cuidado em saúde mental para pessoas negras com diagnóstico de transtorno mental no território da Baixada Fluminense durante a pandemia de COVID-19 (2020-2022). A escravidão negra no Brasil representa, ainda hoje, o fato histórico-social mais contundente na formação social do nosso país. Ainda assim, o racismo e o passado colonial são experiências traumáticas que têm sido ignoradas sistematicamente pelo saber-poder hegemônico. Nesta pesquisa, interessa a discussão sobre a gestão do cuidado de pessoas negras com diagnóstico de transtorno mental da Baixada Fluminense durante a pandemia de COVID-19 (2020-2022). A pesquisa se situa no desafio de articulação e diálogo entre os estudos sobre raça/racismo, sobretudo a partir do feminismo negro, do pensamento decolonial e a luta antimanicomial, por meio do paradigma da atenção psicossocial. Diante dos objetivos propostos, a aposta metodológica é a de construir uma etnografia multisituada composta por dois planos de análise: 1) autoetnografia: a partir da minha experiência como trabalhador, pesquisador e militante do campo da saúde mental da Baixada Fluminense durante a pandemia de COVID-19 e 2) análise e discussão de casos clínicos de usuários negros do CAPS III de Mesquita-RJ. Proponho, enfim, um estudo que se some ao desafio coletivo de construção de uma política de reparação aos efeitos do colonialismo, um estudo que possa tensionar os efeitos da psiquiatrização e medicalização das subjetividades negras para ser possível ampliar, enegrecer e decolonizar a caixa de ferramentas de cuidados em saúde mental.

Pesquisadoras envolvidas: Ueslei Solaterrar, Laura Lowenkron (orientadora);

Modalidade: Doutorado;

Instituição: IMS/UERJ

Ano de conclusão: 2024

Binarismo bélico

Resumo: O objetivo deste projeto é compreender caminhos através dos quais assimetrias de poder de gênero marcam ações militarizadas de agentes de estado em favelas e periferias urbanas. Entendendo que a lógica militarizada é tão heteronormativa quanto racista, observamos dinâmicas inerentes ao controle governamental de corpos enxergados como desobedientes, dissidentes e indesejáveis.

Pesquisadoras envolvidas: Juliana Farias

Modalidade: Projeto desenvolvido no âmbito do Programa de Pesquisador Colaborador da UNICAMP (Matrícula nº 320267).

Instituição: Núcleo de Estudos de Gênero PAGU/Unicamp

Ano de conclusão: 2025

Links:

https://www.pagu.unicamp.br/pesquisadores-pagu.html 

https://diplomatique.org.br/o-que-tanques-de-guerra-e-veto-de-absorventes-tem-em-comum/ 

https://diplomatique.org.br/a-maldicao-do-cidadao-de-bem-1/ 

pesquisas concluídas

​Doular mulheres negras: uma análise das práticas de cuidado e testemunhos através das experiências de doulas negras que atendem clientes do Projeto Sankofa Atendimento Gestacional

ARAÚJO, J. T. G. F. Doular mulheres negras: uma análise das práticas de cuidado e testemunho das violências através das experiências de doulas negras do projeto Sankofa Atendimento Gestacional. Dissertação – Mestrado em Saúde Coletiva. Departamento de Ciências Humanas em Saúde. Instituto de Medicina Social. Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2024.

Resumo: Esta dissertação aborda o tema das violências e racismos no ambiente obstétrico que vitimizam, cotidianamente, mulheres negras. O objetivo é contribuir para racialização do debate das políticas reprodutivas, em particular, do movimento de humanização do parto, no qual a doulagem ocupa um lugar fundamental. A partir da problematização da frase “toda mulher sofre violência obstétrica, mas as negras sofrem mais”, o trabalho parte da premissa de que desprezar as iniquidades de marcadores raciais no contexto da (des)assistência obstétrica contribui para perpetuar, silenciosamente, os efeitos da colonialidade. O primeiro capítulo evidencia o percurso que levou à minha aproximação com a doulagem a partir de uma autoetnografia de uma experiência com a tecnologia de reprodução assistida, que denominei como FIVivência, nomenclatura inspirada em Conceição Evaristo, influenciada por outras mulheres negras feministas que se dedicaram a escritas subjetivas experimentais a partir de experiências pessoais, relacionadas às suas histórias. Numa busca de cura-me dos efeitos dilacerantes do “conhecimento venenoso” pela assistência medicalizada, eivada de “Misogynoir”, analisei o projeto Sankofa Atendimento Gestacional fundado e liderado por Ariana de Souza Rodrigues do Santos, apontando como se dá sua “agência feminina negra”. O projeto ocupa e cria diversos espaços de resistência, firmando parcerias com movimentos sociais com a finalidade de oferecer parto domiciliar planejado à população negra, vulnerável, hipossuficiente e periférica, exercendo uma prestação de serviço mais relacionada à parteria que à enfermagem obstétrica, pois resgatou “atos de cuidado” ancestrais associados à criativos “arranjos de cuidado”. Ao analisar as entrevistas de três das quatro doulas negras colaboradoras do projeto Sankofa, indicadas por Ariana Santos, explano suas semelhanças bem como analiso experiências que consideram marcantes ao longo de sua trajetória oferecendo suporte físico, emocional e informacional percebendo que são fundamentais para (re)organizarem a forma de atuação recriando a educação em saúde bem como oferecendo “arranjos de cuidado” mais alinhados à população negra.

Pesquisadoras envolvidas: Janaína Teresa Gentili, Laura Lowenkron (orientadora), Camila Fernandes (co-orientadora);

Modalidade: Mestrado;

Instituição: IMS/UERJ

Ano de conclusão: 2024

Violências de gênero, violações de Estado: Um estudo sobre formas de governar territórios e corpos

Resumo: Projeto construído a partir do interesse em refletir sobre intervenções estatais atravessadas por violências de gênero. Parto da hipótese de que incursões em determinados territórios por agentes de Estado armados guardam estreita conexão com “invasões” de corpos femininos ou feminizados pelos mesmos agentes. Projeto financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.

Pesquisadoras envolvidas: Juliana Farias (bolsista); Maria Filomena Gregori (supervisora)

Modalidade: Pós-Doutorado

Instituição: Núcleo de Estudos de Gênero PAGU/Unicamp

Ano de conclusão: 2021

Links:

https://bv.fapesp.br/pt/pesquisador/696239/juliana-de-farias-mello-e-lima/ 

https://www.academia.edu/49998623/Gender_Violence_State_Violations 

Direitos Humanos, Estado e Favelas: interlocuções a partir da atuação de mães de vítimas de violência policial

Resumo: Projeto pautado pelo intuito de investigar casos de violência de estado a partir de interlocuções entre familiares de vítimas de violência policial em favelas, organizações de defesa dos Direitos Humanos e poder público (tanto na sua esfera executiva, quanto nos campos legislativo e judiciário). Enfocando a transformação de casos de violência policial em inquéritos policiais e, posteriormente, em processos jurídicos.

Pesquisadoras envolvidas: Juliana Farias (doutoranda); Luiz Antonio Machado da SIlva (orientador)

Modalidade: Doutorado

Instituição: PPGSA/UFRJ

Ano de conclusão: 2014

Links:

https://diplomatique.org.br/guilhotina/guilhotina-102-juliana-farias/ 

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